Parcela que concorda com maior tolerância é superior hoje à registrada na pesquisa de 2017
Em linha com a cultura de maior tolerância à diversidade sexual, o pensamento de que a homossexualidade deve ser desencorajada por toda a sociedade passou, no intervalo de cinco anos, de 19% para 16%. Uma fatia de 6% não opinou.
A elevação do índice de aceitação dos homossexuais é um dos aspectos que explicam a aproximação maior da população com o ideário de esquerda, que passou de 41% para 49%, pico da série histórica, iniciada em 2013. Já a direita atingiu seu menor índice, recuando de 40% para 34%.
Já a visão de que a homossexualidade deve ser desencorajada se manteve minoritária ao longo dos levantamentos de cada ano: 25%, 27%, 19% e, hoje, 16%.
Na divisão dos entrevistados por gênero, a rejeição é numericamente maior entre homens (17%) do que entre mulheres (14%). Quando observada a idade, o percentual aumenta conforme a geração: 7% (16 a 24 anos), 12% (25 a 34 anos), 15% (35 a 44 anos), 18% (45 a 59 anos) e 22% (60 anos ou mais).
No recorte por escolaridade, a resistência é maior entre os que têm ensino fundamental (22%) e perde força entre quem possui nível médio (14%) e superior (9%). O índice de contrários entre os que se declaram espíritas é de 9% e vai a 12% entre católicos e a 27% entre evangélicos.
O instituto ouviu 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país nos últimos dias 25 e 26. Contratado pela Folha, o levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022 e possui margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos.
A classificação ideológica foi feita conforme a pontuação alcançada pelas respostas do entrevistado em questões sobre temas que separam as duas visões de mundo, tanto em comportamento e valores quanto em economia. A conversão à esquerda foi mais sensível na primeira parte do que na segunda.
Em 1985, o CFM (Conselho Federal de Medicina) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças. O reconhecimento ocorreu cinco anos antes Daniel Munoz – 28.jun.21/AFP
Fonte: folha.uol.com.br